quarta-feira, 24 de setembro de 2008

A culpa é do chefe que joga cartas:)

Quem nunca passou pela experiência de ir a uma qualquer instituição publica e ser atendido por alguém que olha para nós como se fôssemos um empecilho, e como se exercer a função pela qual é paga fosse um grande frete?
E aqueles que estão a olhar para o pc com um ar extremamente ocupado, e deixam-nos à espera e a gente consegue ver pelo reflexo do monitor que estão a jogar ao solitário?
E parece que nos estão a fazer um grande favor por nos atender…estão a ver o género??

Confesso que finalmente os consegui perceber!

A primeira semana de matrículas correu muito bem, o trabalho sobrava e a nossa simpatia e disponibilidade transbordava!
Sempre com toda a paciência do mundo a explicar pela milionésima vez como se via a vacina antitetânica, a explicar que SIM tinham que preencher o papel da caixa mesmo já sendo clientes, que não não podiam anular cadeiras. Dizer duzentas mil vezes quais os documentos necessários, explicar onde podiam tirar cópias, indicar onde ficam os SAS, acalma-los quantos aos seres trajados. Com toda a paciência esperar duas horas quando lhes era perguntado qual a nota de ingresso, porque coitados já não se lembravam…e telefonavam po pai e pa mãe e po tio para terem a certeza.

E explicar-lhes o que era a opção de ingresso, e rir-me quando entravam na sexta opção.
E dar as boas vindas ás crianças do meu curso e explicar que não, não temos muita biologia. E SIM praxe é boa onda.
Até toda a paciência do mundo para pedir educadamente aos pais para esperarem lá fora para não congestionarem a sala, e até cumulo dos cúmulos explicar pacientemente que aqueles fichas do aluno NÃO ERAM PA JUSTIFICAR AS FALTAS como tantas vezes nos perguntaram.
(justificar faltas na universidade?? Que desenhos animados vê esta gente??:) )

Até aqui tudo bem….colaboradoras exemplares.
Ate que…

5º dia….pouquíssima gente apareceu para se matricular, e la estão umas 8 pessoas e olhar po tecto e aproveitar para conviver uns com os outros e aproveitar o sossego.

6º dia…uma coisa chamada tédio começa a tomar conta de nós, porque estamos confinados a uma sala, pq nos dói o cu de estar sentados, porque há pouco trabalho, e porque há pouco para fazer.

7º dia, e a coisa descamba completamente quando alguém me veio perguntar pela chefe e tive que responder “é aquela que esta de vermelho ali na mesa a jogar cartas”.

Ora isto foi o ponto de partida para o atendimento com o síndrome-desespero-não-me-chateiem-que-agora-estou-aqui
-ocupadissima-a-cortar-esta-caixa-de-cartao-as-postas.

Ou o síndrome ainda mais maléfico do “esperam-aí-não-estao-a-ver-que-estamos-a-meio-
duma-conversa-empolgante??

Ou, o síndrome não-sabem-ler-seu-bando-de-ignóbeis??

E o dia é passado a pintar os braços uns dos outros, a fazer origamis com os papeis de concessão de equivalências e estatuto trabalhador-estudante, a cortar em pedacinhos tudo o q fosse passível, pintar as caras nos jornais, agrafar a roupa uns dos outros, jogar uno e ver liga dos últimos no pc.

Então não é que de longe a longe la vem uma criatura inoportuna q nos obriga a abandonar estas belas actividades pa lhe dar atenção??? Bah

Não há respeitinho nenhum.

Não há.

Agora percebo os funcionários públicos!

J*y

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