O que é feito....

O que é feito do amor sentido?
O que é feito das loucuras e inconsciências cometidas por amor?
O que é feito da vontade de gritar ao mundo que se gosta de alguém, o que é feito do estado de aparvalhamento associado e característico?
O que é feito da capacidade de sonhar e de acreditar?
O que é feito da beleza da inocência e da ingenuidade?
Onde perdemos a subjectividade e ganhamos a objectividade?
Parece que o amor deixou de ser sentido, passou a ser dissecado, analisado e pior de tudo pensado!
É de mim ou trocámos as grandes paixões por grandes reflexões amorosas?
Já não se vivem amores intensos, vivem-se situações detalhadamente estudadas e ponderadas que reúnem uma serie de condições para optimizar o processo de envolvimento sem grande desgaste físico ou mental.
Avaliámos a pessoa, calculamos probabilidades de sucesso, preparámos terreno para não haver grandes tropeções ou quedas e mesmo assim, na primeira dificuldade saímos discretamente de cena sem grande alarido.
Já não se arrisca, já não se dá largas à inconsciência já não há garra nem disponibilidade mental para fazer as coisas acontecerem.
O que é feito dos olhinhos a brilhar? Das mãos a suar? E das borboletas no esófago?
Evitar cabeçadas não é segurança, é viver sem emoções, é preencher a alma com NADA.
Então porque deixámos racionalizar os sentimentos desta maneira?
Já não se gosta sem porquês, chega-se à conclusão que até é capaz de funcionar. Já não se ama, verifica-se que estão reunidas demasiadas afinidades.
O amor pensado cansa como um sorriso ensaiado, por isso venha o amor sentido e a gargalhada espontânea!

P.s- qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência!