É de mim ou a amizade é um sentimento que é tantas vezes menosprezado? É tantas vezes suplantado por outros sentimentos mais “nobres”, tal como o amor?
É por isso que os filmes e os livros são sobre o amor. A amizade é sempre posta de lado em detrimento do inigualável amor.
E no entanto não será a amizade a mais sincera demonstração de amor?
Sim porque na amizade não há interesses carnais, não há interesses monetários, não há ascensões sociais pelo menos tão evidentes. Na amizade não há o estado de graça e parvalheira. Sim, um amigo não entra disparado na nossa vida e não falamos de mais nada, e não vemos mais nada a frente e esquecemos o resto do mundo por aquela amizade fulgurante. Ao contrário do amor, a amizade é subtil. Ao contrário do amor, na amizade há manuseamento unicamente mental.
A amizade é tantas vezes mal tratada e espezinhada, é tantas vezes posta a prova e por norma é sempre derrotada injustamente.
Falo por mim, que sou humana, sou falível e sou igual a todos os outros. Cometo erros atrás de erros, questiono constantemente o “valer a pena?” e o “para que?”, baixo os braços, volto a levanta-los, quero estar no meu canto, e não quero nada de nada.
Sim porque sejamos realistas, a amizade dá trabalho.
Dá trabalho porque há inevitavelmente divergências, há palavras mal ditas, há actos irreflectidos, há tolerância que se perde pelo caminho, há legitimidade em não querer mudar um bocadinho que seja de nós, há revolta, há injustiças, há falhas de comunicação, há orgulho, há tanta tanta coisa que nos leva a querer desistir, ou simplesmente não investir.
Porque sim, a amizade dá trabalho. A amizade requer manutenção constante, requer muito de nós, requer entrega e dedicação, e muitas vezes, pensámos nós, em troca de nada.
E muitas vezes optámos pelo caminho mais fácil, deixámo-nos absorver pelo nosso mundo, pelas pessoas repentinamente especiais acima de todas as outras, esquecemos o que tínhamos vibrámos com o que temos. E achámos que isso basta.
Não basta.
Pensem bem antes de a negligenciar e maltratar.
Os amores eternos vão e vem, as amizades ficam.
E é só!!
Boas ferias:)
J*y
3 comentários:
Sentiu-se...obrigada*
Plim*
«E no entanto não será a amizade a mais sincera demonstração de amor?»
A amizade é tão e só uma forma de amor! e a base de qualquer outro amor! Como tal, desperta incerteza, insegurança, inquietação, ciúme e o medo - tal como no amor (e mesmo que mal fundamentado) - de a perder!
«sempre derrotada?!»
a amizade só é derrotada se não for verdadeira!
«a amizade dá trabalho?»
não dá, de todo!
esse "trabalho" a que te referes (prefiro chamar-lhe de "empenho"),
tem que surgir naturalmente, um empenho que tem que ser um prazer (nunca trabalhoso), surgir sem pensar nisso, sem esperar receber "algo semelhante ao que acabamos de dar".
Dar, sem sequer pensar no receber! Porque quando verdadeira, recebemos sempre... mais tarde ou mais cedo! e arrependemo-nos de não ter dado mais!
a amizade não se coloca na balança com o amor!
é um erro, e sinal de insegurança!
«Os amores eternos vão e vem, as amizades ficam.»
Tens toda a razão!
:) Croqui sabeeee*
Plim*
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